POTENCIAL DO USO ETNOBOTÂNICO NÃO MADEIREIRO DA AMBURANA CEARENSIS (ALLEMÃO) A.C.SM. COMO ESTRATÉGIA DE CONSERVAÇÃO DA ESPÉCIE NO SERTÃO PERNAMBUCANOO
DOI:
https://doi.org/10.31692/2764-3425.v2i2.183Palabras clave:
plantas medicinais, impactos do extrativismo, imburuna-de-cheiro, cumaru caatingResumen
A etnobotânica analisa e estuda as informações que a sociedade humana tem sobre o uso das plantas como recurso econômico e cultural. Nesses estudos, ela mostra o perfil das comunidades e os usos com relação às plantas, evidenciando que cada comunidade tem seus costumes e diferenças, e tem como objetivo extrair dados que possam ser positivos sobre usos de plantas medicinais. No Nordeste do país, as plantas do Bioma Caatinga são usadas com frequência na medicina popular em comunidades locais, e boa parte vem das espécies encontradas nos locais que essas pessoas moram. A Amburana cearenses (Allemão.) A. C. Sm., apresenta cumarinas em sua fitoquímica, que tem ação hipoprotrombínica. As suas sementes, cascas e o caule são comumente usados na medicação caseira, para o tratamento de enfermidades do trato respiratório e em pequenos casos de dores reumáticas. Em contrapartida, ainda existem poucos dados químicos e farmacológicos sobre esta espécie, sendo necessários mais estudos para uma melhor compreensão e validação destas propriedades medicinais, para que futuramente possam gerar medicamento. O presente trabalho teve o objetivo de descrever os múltiplos usos etnobotânicos atribuídos à A. cearensis por moradores pertencentes às comunidades rurais e urbana de um município do Sertão Central de Pernambucano, contribuindo, assim, com a identificação e divulgação de usos de baixo impacto na conservação desta espécie. Após a análise de dados foi possível identificar que todos os entrevistados da zona rural já conheciam e faziam uso da imburana-de-cheiro para fins medicinais, em contrapartida apenas 38% da zona urbana relataram que conheciam as formas de uso desta espécie. Dentre as indicações de uso, foram relatadas aplicações fitoterápicas inéditas para a literatura de referência. Concluiu-se que o potencial da Imburana-de-cheiro como recurso florestal vai além do que já foi registrado em várias literaturas sobre o tema, e a farmacologia destas novas indicações ainda pode ser mais aprofundada. Por fim, as formas de extração dos produtos mesmo de caráter não madeireiro, causam impactos significativos na saúde e na biologia dos indivíduos e de suas populações
locais interferindo na conservação desta espécie.